terça-feira, 5 de outubro de 2010

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA – ABI, CONDENA COM VEEMÊNCIA O FECHAMENTO DA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL DO BRASIL

Em Editorial de bela e notável feitura do insigne jornalista-presidente Maurício Azêdo
Editorial de magna importância e extrema atualidade do Jornal da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, número 356, edição de julho de 2010, intitulado, UM DESASTRE IRREPARÁVEL, condena com veemência o fechamento da edição impressa do Jornal do Brasil, que teve como diretor-presidente, o conde Ernesto Pereira Carneiro, que foi grande industrial, deputado federal e homem de qualidades excepcionais que exerceu influência relevante sobre a evolução social, cultural e política do Brasil. Casado em primeira núpcia com a condessa Beatriz Corrêa de Araújo Pereira Carneiro, filha do antigo deputado e conselheiro do Império, Francisco Corrêa de Araújo, neta do barão de Escada e sobrinha do conde Joaquim Corrêa de Araújo, que fora professor-catedrático da Faculdade de Direito do Recife, senador e governador de Pernambuco, no início do regime Republicano.
TRANSCREVEMOS AQUI E AGORA, TRECHOS DO EDITORIAL DE BELA FEITURA DO INSIGNE JORNALISTA MAURÍCIO AZÊDO, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRSILEIRA DE IMPRENSA – ABI, E QUE DÁ A EXATA DIMENSÃO DA GRANDZA DO ESPÍRITO HUMANO DO TÃO NOBRE E ALTIVO COMPANHEIRO.
A DECISÃO DO GRUPO COMERCIAL que detém o controle do Jornal do Brasil de encerrar a sua edição impressa tem um alcance que transcende o simples marco de uma empresa, para se revestir de uma significação que fere fundo a imprensa do País e a cultura nacional, pelo papel que o veículo outrora pertencente às condessas Beatriz Corrêa de Araújo Pereira Carneiro e, posteriormente, Maurina Pereira Carneiro desempenhou nesses campos da vida nacional, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 50 do século passado, quando Odilo Costa, filho liderou, à frente de brilhantes profissionais, a modernização da antiga folha de anúncios classificados.
TAL COMO DISSE Rui Barbosa no século 19 do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, o JB era mais que um jornal: era uma instituição nacional. Como tal, havia que ser preservado, sobreviver à maré de erros cometidos pelos herdeiros da segunda esposa do conde, condessa Maurina Pereira Carneiro (que foi dama de companhia da condessa Beatriz) - e, nos últimos anos, pelos que assumiram a sua gestão. Ao cabo dos desatinos que marcaram as duas as duas últimas décadas do JB, configurou-se o desfecho que a Nação agora lamenta: seu próximo desaparecimento como veículo impresso.
A COMUNIDADE JORNALÍSTICA E SUAS instituições, como à ABI, a mais antiga destas, a Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj e os sindicatos de jornalistas do País esperam que neste momento tão adverso não se reproduza em relação aos trabalhadores do JB que serão privados de oportunidade de trabalho aquilo que aconteceu com veículos e meios de comunicação que desapareceram ou passaram a ter existência apenas nominal. Para recorrer à linguagem e à imagem do meio profissional, espera-se que não se repitam, como uma espécie de pernicioso videoteipe, os percalços impostos aos trabalhadores da TV Manchete, que, após anos e anos, ainda penam para obter no Poder Judiciário direitos que lhes são sonegados desde o seu fechamento. Os jornalistas estão cansados de reprises do gênero. José Benigno – é jornalista, professor, acadêmico, articulista, analista político, titular das colunas, Política de Hoje, Gente Chique e Conexão Jurídica, estagiário do Centro de Estudos do Desenvolvimento de São Paulo, ex-bolsista especial da Embaixada Americana e presentemente escrevendo, “O Despertar de uma Grande Nação” e “Berço da Liberdade, Pedaço Imortal do Brasil.”